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Ananias e Safira (58º)

Ananias e Safira são os dois ratinhos de propriedade de meus filhos. Rato não, hamster, diriam eles. As crianças acham o máximo. Qualquer pessoa que chegar hoje lá em casa receberá o convite do marquinhos ou da lalá ou, ainda, do misa para conhecer Ananias e Safira. Eles amam mostrar. Fiquei pensando nos bichinhos porque inserida em um sistema capitalista sou tratada como tal. Essa forma alienante do trabalho na lógica capital não diferencia em nada do movimento sem propósito que o hamster faz dentro da gaiola, girando sem parar a sua rodinha. Fui apresentada ao novo documentário do Michel Moore, Capitalismo: uma história de amor, ontem. Para mim, a melhor obra do cineasta. Tem uma cena muito legal em que ele se pergunta quando Jesus Cristo virou um capitalista. Será que arrancaram essa página da história, diz ele. Ainda vai um pouco além colocando uma cena em que Jesus diz alguma coisa sobre o lucro ser uma benção. Chega a ser cômico, se não fosse trágico. Quando terminou o filme tive que voltar correndo para o trabalho e a sensação de tristeza era inevitável. Estamos fazendo tudo errado. O capitalismo e seus principais tentáculos: exploração, lucro e consumismo não são normais e muito menos inerentes ao ser humano. Os meios de massificação trabalham diuturnamente para nos fazer acreditar e repassar a idéia de que faz parte de nós a desigualdade e a pobreza. Não é para ser assim. Jesus nos manda dividir os recursos com o necessitado. O socialismo quando implementado também não foi a solução. O único exemplo do sonho social realizado que tenho, mesmo que tenha sido por um curto período e em uma pequena comunidade é o relatado em atos dos apóstolos. Um bem comum, uma transformação social, uma continuidade de Cristo. Vamos pensar juntos como podemos ter atitudes práticas para não continuarmos a alimentar esse sistema? Até quando viveremos como ratos engaiolados correndo sem chegarmos a lugar nenhum?

Pai, tenha acesso a forma como construímos o nosso pensamento e desconstrua-nos. Queremos nos parecer com Jesus. Não queremos chamar de liberdade o que é uma prisão coletiva. Venha com o teu Reino sobre nós.