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VIPs: Vendo uma Infância Perdida (46ª)

Os últimos três filmes que vi têm pelo menos um ponto em comum: a infância dos personagens principais. A des-estrutura da construção familiar de cada um.

Em cisne negro a jovem protagonista é vítima da obsessão da mãe que se projeta de forma doentia na filha. Já em bruna surfistinha a rejeição a perseguiu desde pequena. Uma criança adotada. Uma jovem com dificuldades de adequação com os pais, irmão e colegas de classe. Em VIPs não é diferente, a alienação da mãe e o misto de ausência e cobrança doentia por parte do pai construiu um garoto sem identidade e senso de direção.

Três histórias. Contextos diferentes, países diferentes, momentos diferentes. Um resultado igualmente trágico e cruel.

 A bailarina é tão pressionada que se funde com o personagem ao ponto de tirar a própria vida. A Raquel se lança nos braços de todo e qualquer tipo de homem com o desejo propulsor de enfim ser amada e não somente rejeitada. Marcelo está preso, vivendo atrás das grades. Sonhos interrompidos. Esperanças abortadas. Destinos roubados.

Para alguns parece maniqueísmo. Para mim vem como um absoluto: o papel determinante dos pais na vida de uma criança. A afetividade como arma contra a psicose social instalada em nossos dias.

 



Pai, venha com o Teu Reino sobre a nossa paternagem. Torna-nos pais e mães que refletem quem tu és para os nossos filhos. Tenha misericórdia de nós. Sozinhos não conseguiremos… 

Bruna surfistinha (42º)

Alguns motivos sérios me levaram ao ato, para algumas, infame, de pagar a entrada do cinema e empenhar quase duas horas do meu dia vendo bruna surfistinha.  O meu interesse por filmes biográficos, o fato de prestigiar o cinema brazuca sempre que posso, a relação familiar de uma jovem com os pais, a história por trás do mito, o prazer de ir ao cinema no meio da tarde em um dia útil, o comentário de uma amiga sobre a surfistinha ter sido adotada e, claro, as prostitutas. Tem uma comunidade de prostitutas no caminho que faço para chegar em casa. Estão ali disponíveis com chuva ou sol. Tem dia que está concorridíssimo tem mais de quinze em outros, três, quatro. Loiras, morenas, baixas, altas, gordinhas, magrinhas, jovens, muito jovens, velhas, muito velhas. Estão ali para todos os gostos e bolsos. E o interessante é que depois de muito passar por este caminho comecei a percebê-las. Passei a enxergá-las e não só passar a vista preconceituosa e amedrontante. Fico imaginando o dia que terei acesso a elas. Há alguns meses todas as vezes que as vejo peço ao Pai para enviar o seu Reino. Para alcançá-las com seu amor infindável. Elas não sabem, mas as chamo de princesas do Pai, meninas dos olhos de Deus. Mulheres cheias de sonhos e necessidades, sendo a maior delas o amor. Existe uma história por trás de cada uma. Uma história escondida no short curtíssimo, no top, na meia arrastão. Muitas histórias. O coração pode estar embrutecido, as emoções adormecidas, o corpo acostumado. Mas o desejo de ser amada e cuidada arde dentro de cada uma. São mulheres, independente de como ganham o seu dinheiro. Jesus deu o seu sangue por elas. O amor Dele não se altera mesmo sabendo que deitaram num único dia com dez homens, sete desses casados. Deus ama as prostitutas e também os homens que pagam pelo serviço. Deus os ama. Um amor inexplicável, um amor que nunca se altera. Espero pelo dia da aproximação. O dia que estarei tão cheia do amor de Deus que não conseguirei somente passar com o meu carro e fazer uma oração rápida, mas chorarei ouvindo as histórias delas… Um dia em que saberei amar como ele ama. O filme de hoje materializou um pouco mais a vontade que tenho de interagir com as minhas irmãs que se encontram putas.    

Seja Igreja na igreja! (16º)

Faça a diferença bem aí onde você está.

Deixe os verdadeiros frutos mostrarem quem você é…

Afoga-nos em um mar de amor, Pai.